REP Realiza evento sobre Gerenciamento de Riscos, com foco nas mudanças climáticas!

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Gestão de risco
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Nessa segunda-feira, 8/7, a REP Seguros promoveu mais um REP Talks. O evento online teve como tema central “Do risco à oportunidade: negócios frente as mudanças climáticas” e contou com speakers da REP Seguros e da Universidade Feevale. O presidente da corretora, Felipe Weiler Cervi, conduziu as falas dos speakers,fazendo a mediação do encontro. 

Vulnerabilidade como fator de risco

A primeira palestrante foi a professora da Universidade Feevale e doutora em Qualidade Ambiental, Danielle Martins. Ela iniciou sua fala destacando que o tema do evento surgiu em bom momento para pensarmos os desafios que fazem parte da nossa sociedade. “O desastre é a materialização do risco. Esse conceito faz parte da nossa condição atual, especialmente climática. Os perigos têm uma certa probabilidade de acontecer e a forma como nós nos desenvolvemos vai trazer mais ou menos risco. Se não entendermos nossas vulnerabilidades, não conseguiremos fazer uma boa gestão dessas ameaças. Precisamos ter um modelo decrescimento que respeite a natureza”, enfatizou.

De acordo coma pesquisadora, mais de 1.700 municípios brasileiros estão marcados como zona de risco, ou seja, ou moramos ou passamos por esses lugares. “De 1985 a 2020,ocupamos mais do que o dobro das áreas de preservação. Precisamos entender que desastres reduzem nossa arrecadação, e quanto menos investimos em prevenção,menor será a nossa segurança. Tudo que acontece nos municípios irá impactar nossos negócios”, afirmou. 

Mudanças climáticas e desafios atuais

Martins destacou que a mudança climática é uma mudança de longo prazo nos padrões climáticos, como o aquecimento global, por exemplo. “A mudança climática traz um risco muito grande porque traz níveis de alteração significativos na recorrência dos eventos, trazendo aumento de fenômenos extremos”, reforçou. Segundo a professora, com o aumento do aquecimento global os riscos crescem, já que a precipitação total anual quase duplica, assim como as secas que levam à escassez de recursos. “Só de 2003 a 2021, foram mais de 4 mil eventos extremos e desastres no Rio Grande do Sul”, destacou. 

A doutora  em Qualidade Ambiental falou também da elevação do nível do mar e dos riscos que isso representa, como dano às estruturas turísticas, por exemplo. “Precisamos entender que previsões podem não se confirmar, mas podem trazer mais riscos do que o previsto, o que normalmente acontece. Por isso, precisamos estar prevenidos para ter mais segurança, precisamos trazer o tema desse evento para o centro das discussões,como pauta dos planos de negócios”, ponderou.

 Oportunidades a partir do contexto que temos

Segundo a professora, o nosso modelo de desenvolvimento, daqui para frente, tem que incluir a recuperação ambiental. “Não há outro caminho. Precisamos de um desenvolvimento econômico que faça uma análise de risco dos negócios, para formar uma sociedade resiliente, além de investir em preservação e na reconstrução ambiental. Se não entendermos que os desastres não são apenas naturais estaremos prejudicando o nosso crescimento econômico, pois esses acontecimentos serão cada vez mais frequentes”, reforçou. Para a pesquisadora,o caminho para superar o contexto que vivemos passa pelo combate às desigualdades sociais, é preciso superar as vulnerabilidades e construir cidades inteligentes e mais seguras. 

Prevenção e Ação 

O Superintendente de Relacionamento Comercial da REP Seguros, Marco Lopes, falou da importância da prevenção e da mudança de postura da sociedade diante da situação climática. “Existem ações que precisam ser realizadas a curto prazo e que podem ajudar a mitigar os problemas com os desastres climáticos. Precisamos entender que o sistema de prevenção usado há anos, não pode ser o mesmo que usamos hoje. É preciso buscar atualização, estar a par de todo esse movimento para poder evitar um desastre maior causado pelos eventos climáticos”,destacou.

Para Lopes, é primordial investir em prevenção e para isso é preciso repensar os parâmetros para garantir que os riscos sejam menores e que os negócios sejam preservados.“As empresas e as pessoas costumam olhar para a prevenção após as catástrofes. Nossos clientes estão aprimorando esse olhar para o futuro e fazendo seguros mais robustos, para estarem mais prevenidos diante de possíveis riscos. Nosso recado é: vamos investir em prevenção”, enfatizou.

 Impactos das catástrofes ambientais no setor agrícola

De acordo coma Superintendente de P&C, Garantia, Juliana Tseng, os impactos ambientais da catástrofe gaúcha mostram uma possível mudança no cenário do seguro no país.“A partir do que acontece em outros países, é possível que o mercado por aqui também traga algumas mudanças, como uma maior contratação de seguros por parte das empresas após esse eventos, o surgimentos de seguros mais populares com iniciativas do governo para oferecer seguro para populações mais carentes, ou investimento maiores em seguros em cidades turísticas”, explicou. 

Para Tseng, asseguradoras já estão olhando esse cenário. “Aqui no Sul do Brasil é possível que a contratação de seguro contra alagamento aconteça como uma cobertura à parte, como acontece no mercado internacional. Muito provavelmente a precificação e as métricas também vão mudar trazendo um readequamento de cobertura”, ressaltou.

 Gerenciamento de Risco 

O gerente de Controle de Perdas da REP Seguros, Renato Soares, afirmou que todos estamos vulneráveis aos riscos das crises climáticas. Em sua apresentação falou brevemente de inundações, queimadas e granizo. Iniciou falando das inundações no Japão, trouxe o histórico e o investimento na maior obra anti-enchente já construída, que custou aproximadamente 30 bilhões de reais em valores atualizados. Falando de queimadas, trouxe o exemplo da Califórnia, que investe em desmatamento intencional, abrindo um corredor para o fogo, modelo que vem dando resultados. Já na parte de granizo, Soares falou das feiras que vem frequentando e das novas ferramentas tecnológicas para evitar perdas em regiões atingidas por granizo.  

De acordo como especialista, cada negócio exige um estudo de prevenção especial. “Temos que fazer uma análise de risco caso a caso, no Mato Grosso temos que ficar atentos às queimadas, no Rio Grande do Sul aos alagamentos. Nós vamos até o cliente e fazemos um atendimento personalizado, além disso fazemos um estudo com base nos acontecimentos na região nos últimos 100 anos”, exemplificou.

O evento contou com a participação de mais de 100 inscritos, contemplando profissionais de 48 empresas. O debate abordou a calamidade enfrentada pelo Estado do Rio Grande do Sul e as formas de prevenção para evitar acontecimentos futuros da mesma natureza.

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